segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Colóquio inconcluso

Olhou-a lentamente como se pudesse ler os segredos escondidos no seu silêncio. A garçonete recolheu as xícaras, sorriu com simpatia e retirou-se com a promessa de trazer a conta...
A noite caía fria com o vento que penetrava as frestas das portas e janelas da cidade que insiste em não dormir...
A despedida fora inerte, um abraço dado como um aperto de mão a um qualquer desconhecido. Perderam-se na multidão. Cada um para o seu lado, sem olhar para trás.
Suspirou por um instante e concluiu consigo:
- Se o amor ali existisse, talvez não hesitasse...
Entrou no coletivo, a porta se fechou, juntou-se aos rostos cansados, às olheiras de noite mal dormida, aos olhares neuróticos nas telas luminosas de celular...



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