Há dias que meu coração não cabe em meu peito. Seguro-o firme em minhas mãos e sinto cada pulsação. Nesses dias a vida se faz mais intensa e significativa e os segundos me parecem horas quase intermináveis. O gosto da espera é agridoce, pois mistura a doçura da alegria com o amargo da decepção e todos são possíveis. Estão ali em mim sentimentos antagônicos que me prendem e me libertam que me roubam e me enchem de fartura. Nesses dias a vida é clara como a límpida água de um riacho nascente, e confusa como o céu nublado antes de uma tempestade. Sinto-me acima de tudo vivo, pois, nesses dias abro mão da passividade de simplesmente viver a vida. Quero prescrutá-la saber o porquê de tudo, razão que continua me movendo. Com o coração entre os meus dedos recolho minha pena e ponho-me a escrever versos para quem amo e entre suspiros e lágrimas de dor e alegria espalho meu canto. Escolho as palavras como se estivesse a procura de algo raro que só pudesse ser encontrado uma vez e ponho entre verbos e substantivos, adjetivos e conjunções, orações e períodos minhas mais profundas inquietações.
Olhos
Serenos sagrados
Estrela cadente
Que caiu no meu quintal
Não me leve a mal
Se não tiro da mente
Seus olhinhos de cristal
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