quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Manhã cinzenta



O dia começou como qualquer outro nessa semana, cinza e chuvoso. Todos se levantaram de seus leitos e foram para o mundo. Eu fiquei aqui deitado observando o correr angustiante de cada minuto que o ponteiro traçava no relógio. Todos se foram. Permaneci sentado contando cada gota da chuva que caía. Decidi parar quando meus olhos já estavam cheios d'água pois cada gota caída do céu recordava-me como minha vida tão passageira tem sido tão insignificante. Percebi que há coisas que não aconteceram e provavelmente não acontecerão mesmo. O problema é a tênue diferença que existe entre a esperança e a ilusão. Somos incompletos, confusos e indecisos quase a maior parte de nossas vidas. Fazemos escolhas tão definitivas como é o tempo que a gota da chuva tem pra cair do céu, chegar ao chão e se perder entre as outras. A incerteza porém, não é um problema pois o que seria do amor se não fosse a dúvida da completude que nos move a reconsquistar a cada dia quem amamos? Ou então a dúvida do saber que nos impulsiona a conhecer mais? A vida definitivamente não é feita só de certezas! Por isso hoje mesmo neste dia tão feio e sem graça decidi recomeçar. Encontrar o passo que ficou pra trás esquecido na tempestade de tantas falsas certezas e que deixaram tantos estragos. É tempo de jogar muita coisa fora, recordações de tempos que não voltarão mais, sentimentos não correspondidos, esperas em vão. A gente as vezes não escolhe as coisas que vamos viver mas podemos decidir como vamos experimentá-las.
O relógio já completou várias voltas se aproxima o fim do dia preciso dormir, amanhã um novo dia cinzento como hoje me espera. Boa noite!

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