quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tempo Sem Fim


Toca o despertador. São 8h da manhã. Tudo me parece difuso, misturado, indefinido. Os olhos marejados mal reconhecem a pontas dos meus grandes pés descalços. Não sei ainda se acordei meus pés não tocam o chão, sinto que estou em algum lugar muito longe da superfície como se estivesse fora do corpo e pudesse ser um espectador da minha própria vida. A mente às vezes me leva longe, para fora de mim, pois meu coração é grande e me conduz para onde tantas vezes meu corpo não me permite. Eu juro ter visto as estrelas de perto, sentado na lua e a observar cada uma delas bem de pertinho e desenhar com a ponta dos dedos cada constelação e àquelas que eu não conhecia dar os nomes que me ocorriam naquele momento. A mais bela de todas chamei de Felicitas, poderia ter sido Felicidade, mas o latim tornava minha escolha mais imponente. Era enorme repleta de estrelas de cores diferentes que se misturavam e faiscavam como uma arvore de Natal e formavam um arco luminoso no céu. Escolhi esse nome porque era algo que jamais sairia dos meus olhos e ainda que um dia eles se apagassem daria um jeito de ter essa imagem de volta à mente. E fiquei ali nomeando planetas e astros que cruzavam meu olhar. Não sentia frio. Minhas mãos sempre geladas naquele instante eram quentes como o calor de uma brasa. Meus braços cansados agora eram fortes e robustos e eu asseguro que poderiam abraçar o universo. Não era mais o menino medroso de outrora algo novo movia o meu viver e o meu pensar. Sentia-me confiante, seguro e decidido. O tempo que nos parece preso nos ponteiros dos relógios parecia-me infindável, imensurável, pois aquele instante era único indefinível. Foi então que notei que não era um sonho, toquei a ponta dos meus pés no chão frio do meu quarto olhei pela janela e vi o belo Sol que se apresentava naquela linda manhã de Domingo. Descobri que tudo isso havia acontecido em um único segundo.suspenso em minha memória Abri meus olhos recolhi meu velho diário e escrevi mais essa inquietação.

O tempo passa e corre
Cada instante nasce e morre
Mas diante dos seus olhos
Algo novo nasce em mim
E me faz acreditar
Que diante deste Mar
Este tempo não tem fim

Um comentário:

  1. E não tem mesmo. Nunca duvide da eternidade, pois ela está aí, todos os dias, nos próprios dias que se ascendem.

    Abraço, amigo Heitor e obrigado por seu comentário em meu blog. O respondi com grande prazer.

    Jefhcardoso

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